Orçamentação de obras: em que consiste e como otimizar este processo
Quando falamos de Engenharia e Construção, inevitavelmente, abordamos a importância que o planeamento assume na gestão eficaz das obras. Este planeamento é o pilar fundamental, tanto para uma boa orçamentação de obras, como para o respetivo orçamento. No entanto, e apesar destes conceitos fazerem parte do quotidiano dos profissionais de engenharia e construção civil, existe uma certa dificuldade em diferenciar cada um e a sua respetiva aplicação.
Assim, e de modo a dar resposta às questões mais frequentes - nomeadamente, "Qual a principal diferença entre orçamentação e orçamento de obra?”, "Em que consiste a orçamentação de obras?” e "Como realizar uma orçamentação de obras eficaz?” -, preparamos este artigo.
Qual a principal diferença entre orçamentação e orçamento de obra?
Embora os termos orçamentação e orçamento sejam semelhantes, existem diferenças entre eles. Neste sentido, e de modo a compreender a sua complementaridade, devemos entender a orçamentação de obras como o processo de determinação e previsão de custos que dá origem ao resultado final do custo ou venda, ou seja, o orçamento de obra.
Em que consiste a orçamentação de obras?
Com o principal objetivo de realizar a estimativa de custos de uma obra, desde a fase do planeamento e pré-construção até ao momento de entrega da obra ao cliente, a orçamentação de obras é um processo da responsabilidade dos técnicos orçamentistas, pelo que estes profissionais devem possuir um conhecimento técnico aprofundado sobre os planos, desenhos e especificações da obra, mas também demonstrar capacidade de identificar as dificuldades inerentes a cada etapa e serviço, compreendendo assim quais os custos de execução.
Que aspetos estão envolvidos na orçamentação?
Em termos gerais, todos os processos de orçamentação de obras devem incluir a previsão de custos diretos e indiretos de construção, mas também uma margem para parâmetros aos quais a empresa é alheia, mas que podem ter uma influência direta no preço final da obra e nas margens de lucro, nomeadamente:
● Fenómenos e catástrofes naturais (tempestades, alterações climáticas, condições do solo, etc.)
● Problemas de produtividade (mão de obra disponível, eventuais paralisações da obra, etc.)
● Disponibilidade de materiais (falha nas linhas de produção e distribuição, flexibilidade dos fornecedores, aumento abrupto dos preços, etc.)
Por último, todas as orçamentações de obras devem ter em consideração um horizonte temporal tangível, isto porque o mercado é dinâmico e todos os serviços e materiais tendem a sofrer oscilações de preço, consoante a lei da oferta e da procura.
De notar que, a orçamentação de obras representa uma das etapas mais importantes do processo de gestão de obra, uma vez que é através desta estimativa de custos que é possível não só determinar a complexidade do projeto e como serão investidos os recursos de obra, mas também definir as margens de lucro do projeto.
Como realizar uma orçamentação de obras eficaz?
A orçamentação de obras assume-se como uma das principais áreas no setor da engenharia e construção, uma vez que é a partir desta base que se fixa o preço do projeto. Assim, um dos fatores cruciais para um resultado lucrativo e, consequente, sucesso da empresa de engenharia e construção, é a existência de um processo de orçamentação eficiente e eficaz.
Neste sentido, e de modo a evitar falhas que possam originar oscilações orçamentais e frustrações para todas as partes envolvidas, é necessário que se contemplem as seguintes etapas durante o processo de orçamentação:
Análise de Condicionantes
A primeira etapa de qualquer processo de orçamentação de obras envolve a leitura do projeto de construção e as suas especificações técnicas. Adicionalmente, é necessário realizar uma análise ao local de construção do empreendimento, bem como a leitura aprofundada do caderno de encargos da obra, especialmente se estivermos a falar de um concurso de obras públicas. Esta análise é primordial para a identificação clara de necessidades relacionadas com:
● Compra de materiais
● Mão de obra necessária
● Infraestruturas de apoio ao site de obra
● Instalações provisórias do estaleiro de obra
● Licenças
● Impostos
● Riscos (ambientais, humanos e de segurança) associados à localização da obra
● Outras necessidades/exigências do dono de obra
Composição de Custos
De seguida, é necessário transformar todos os dados obtidos da análise de condicionantes numa composição de custos. Neste sentido, o documento de orçamentação de obras deve incluir:
●Os custos diretos:esta tipologia de custos diz respeito a todas as despesas que incidem diretamente na construção, nomeadamente a compra de materiais, mão de obra ou aluguer de equipamentos.
●Os custos indiretos:esta tipologia de custos diz respeito a todas as despesas relacionadas com a obra, mas não aplicadas diretamente na construção. Isto envolve, por exemplo, os custos associados com a equipa de backoffice (salários, materiais de escritório, etc.), taxas associadas à água e energia, seguros, impostos, licenças, entre outras despesas.
●Margem de lucro: o principal objetivo de todas as empresas é obter lucro, por isso, este é um parâmetro que também deve estar devidamente identificado no processo de orçamentação de obras.
De notar que, quanto melhor for a identificação, listagem e contabilização dos parâmetros acima mencionados durante o processo de orçamentação, melhor e mais preciso será o orçamento final de obra, o que irá beneficiar e otimizar toda a gestão de obra.
Aumente o controlo de custos das obras
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