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O Mundo Fintech e os sistemas de Gestão

Nos últimos anos tem-se falado muito acerca do mundo Fintech e sobre os progressos que muitas entidades de renome têm feito por forma a abrir o seu ecossistema aplicacional a terceiros. Esta transformação começou tímida e de forma algo conservadora mas as afamadas cripto-moedas, a pandemia e a própria procura do mercado alavancaram esta transformação que agora é muito mais visível.

A transformação que falamos não é apenas uma hype do momento, o mercado das empresas ditas Fintech tem vindo a consolidar-se no panorama mundial e é de elogiar esta abertura democrática no que concerne à tecnologia e a pré-disposição para aproximar pessoas, empresas e tecnologia.

Sabemos que uma Fintech é toda e qualquer organização que tenha como fundamento potenciar a disrupção dos serviços tradicionais financeiros e até as maiores empresas, empresas de renome internacional, começaram a abrir as suas portas e a projetar algumas nuances nos seus modelos de negócios.

Já dizia o outro, não os consegues vencer junta-te a eles! A Microsoft lançou este ano um novo programa Fintech 365, a Tesla adquiriu 1,5 mil milhões de dólares em criptomoedas e a Mastercard permite já hoje a transação de algumas criptomoedas previamente selecionadas. Sinais dos tempos!

A transformação subjacente é de notar e é também, ou pelo menos deve ser, associativa.

Sou da opinião que, qualquer empresa produtora de Software de Gestão, vulgo ERP, tem um papel decisivo nesta equação pois é o elemento agregador de toda esta transformação. É por assim dizer, o princípio e o fim da história porque sustenta e centraliza toda a informação de uma organização.

Se formos a ver quase todas as empresas têm hoje uma framework de gestão, têm acesso a serviços financeiros digitais e têm agora a seu favor o Open Banking (e as diretivas PSD2), além de novas ofertas fora da finança tradicional. Neste novo ecossistema, os gestores financeiros podem realizar as suas transações com muito maior rapidez e até garantirem uma tesouraria previsional com maior rigor.

Hoje um diretor financeiro tem ao seu alcance um conjunto de valências que lhe permitem estar mais à frente neste mundo de mudança. Seja porque pode agilizar a liquidação das faturas dos seus clientes com a maior das facilidades, proporcionando-lhes diversas formas de pagamento práticas e rápidas, ajustadas às preferências de cada cliente, seja por ser perfeitamente possível simplificar todo o processo de faturação online, garantindo elevados níveis de performance e total conformidade com a legislação em vigor. Ao mesmo tempo, tem hoje uma enorme facilidade em digitalizar todo o processo de receção e envio de faturas através de tecnologia de EDI (Electronic Dta interchange) ou de faturação eletrónica, que representa nada mais, nada menos, que uma das bandeiras do novo mundo fintech - o da desmaterialização – sendo a face mais visível porventura o Blockchain.

Sendo o mundo hoje muito mais dinâmico e ligado, é cada vez mais fácil não só para o financeiro mas para qualquer um de nós, comum dos mortais, gerir transações internacionais de forma mais ágil, abrindo contas no estrangeiro, dando lugar a transferências mais rápidas e simultaneamente gerindo flutuações cambiais.

E todos os dias somos inundados por alterações e diretivas fiscais, nos dias que correm estamos mais perto de entregar com segurança todas as obrigações declarativas e de reporting fiscal à Autoridade Tributária e acompanhar a dinâmica legislativa que a cada ano que passa vai trazendo novidades como o SVAT, QR Code, ATcud, SAFT-T Contabilidade.

Hoje um CFO é muito mais capaz de gerir a realidade da sua empresa de forma mais crítica e mais estruturada através dos diversos automatismos de controlo de gestão e mecanismos de análise de dados.

Torna-se cada vez mais relevante dentro das organizações, enquanto estratega, e não apenas o financeiro de tarefas mais administrativas, que tem agora ao seu dispor uma multiplicidade de empresas fintech e respetiva tecnologia que lhe permitem melhorar processos outrora negligenciados.

Ora, aí está um belo desafio para a Banca tradicional que de lá para cá teve de recriar condições para se alinhar com estas empresas Fintech, entre outras instituições financeiras, que por sua vez poderão ameaçar ou potenciar os seus níveis ROA/ROI, dependendo da sua capacidade de adaptação.

Um Banco sem tecnologia periférica e sem uma estratégia Omnicanal é efetivamente um Banco mais frágil e o problema começa logo pela baixa capacidade de diferenciação face a outros concorrentes e consequentemente algo tão importante como a aquisição de novos clientes.

Nessa senda de mudança, são necessárias novas competências e métodos de trabalho o que obriga os Bancos à adoção das melhores metodologias e ferramentas KYC("Know your Customer”) de forma a tornarem este caminho sustentável.

Por fim, podemos dizer que o mundo fintech veio para ficar e que irá certamente galvanizar o mercado com as suas soluções disruptivas em áreas como o cashless-world, as Cripto moedas e as Insurtechs, principalmente. É um subsetor particularmente relevante na busca do melhor serviço para o consumidor final – e os seus maiores predicados serão cada vez mais a personalização, integração com outros players relevantes e o tratamento da informação em tempo real.






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