Inteligência Emocional, a soft skill do momento
Num mundo cada vez mais competitivo, existem certas qualidades que começam a ganhar relevância no momento de contratação dos profissionais.
Das várias competências procuradas por recrutadores e gestores, existe uma que é já apelidada como "a soft skill do futuro”, sendo hoje parte do vocabulário corrente.
Falamos da Inteligência Emocional, uma característica que se pensa ser uma das grandes responsáveis por ditar o sucesso profissional de qualquer indivíduo.
O que é a Inteligência Emocional?
Para a psicologia, a Inteligência Emocional é a capacidade de reconhecer sentimentos ou emoções em si e nos outros, saber geri-los, utilizá-los para se auto-motivar e aplicá-los nas diversas relações que mantém e desenvolve.
Popularizado por Daniel Golman é, ainda hoje, considerado o pai deste conceito. O seu livro, "Inteligência Emocional”, serviu como base para a capa da revista Times, em 1995, onde se podia ler num título arrojado: "What´s your EQ?”. A par deste título, acompanhava a descrição:
"It´s not you IQ. It´s not even a number. But emotional intelligence may be the best predictor of success in life, redefining what it means to be smart”.
Contudo, já antes de Daniel G., Charles Darwin referia este conceito como uma das características de elevada importância para a sobrevivência e adaptação da espécie humana.
Na base desta soft skill estão, neste sentido, 5 pilares fundamentais:
Autoconsciência - a capacidade de estar em sintonia com o que se é e o que tem para dar;
Gestão do humor - a capacidade de gerir as emoções, controlando sentimentos negativos e sendo capaz de ser assertivo e de dar feedback construtivo;
Automotivação - a capacidade de fazer as tarefas necessárias, e não apenas as que tem vontade de fazer;
Capacidade de se relacionar - a capacidade de estabelecer uma ligação com os outros, de dar e receber críticas, ir em busca do consenso e fazer uma boa comunicação em equipa;
Ser mentor emocional - ajudar os outros a gerir as suas emoções e ajudá-los a resolver conflitos.
Inteligência Emocional vs Coeficiente de Inteligência (QI)
Tendencialmente, existe uma grande confusão entre os conceitos de Inteligência Emocional e Coeficiente de Inteligência (QI). Embora possam ser confundidos, Daniel Golman afirma não haver correlação, uma vez que são controlados por diferentes partes do cérebro.
Além disso, segundo o estudo, o QI não é capaz de mudar significativamente ao longo da vida, enquanto que a Inteligência Emocional pode evoluir e aumentar, e alguns hábitos podem ajudar a desenvolver esse tipo de inteligência.
A importância da Inteligência Emocional na vida profissional
Segundo Daniel Goleman, os profissionais que dominem a Inteligência Emocional, têm uma maior probabilidade de atingir objetivos e ser produtivos, tornando-se este fator num dos principais para a criação de profissionais de sucesso.
Esta é então uma soft skill que apresenta uma relevância maior nos negócios que dependem de relações interpessoais e é já uma disciplina lecionada em países como o Reino Unido e a Espanha, na tentativa de reduzir comportamentos antissociais, bem como de incrementar comportamentos pró-sociais, aumentado, assim, as notas escolares.
Segundo um estudo da TalentSmart que comparou a Inteligência Emocional a outras 33 competências laborais, esta variável é o indicador mais forte de desempenho, com uma taxa de sucesso de 58%, sendo uma característica presente em 90% dos gestores de topo e diretamente relacionada com vencimentos superiores.
Estando a Inteligência Emocional intimamente ligada à capacidade para cooperar, trabalhar em equipa e gerir o stress derivado do trabalho, esta é uma característica que começa a ser essencial nos profissionais de forma a tornar o espaço de trabalho mais efetivo e produtivo.
Como aumentar a Inteligência Emocional?
Ao olhar para a maneira de agir das pessoas, há alguns sinais que permitem identificar um défice de inteligência emocional:
- Criticar as outras pessoas quando elas cometem erros;
- Recusar-se a aceitar responsabilidade pessoal por alguma falha;
- Desempenhar o papel da vítima;
- Recusar-se a aceitar feedback, mesmo que construtivo;
- Usar estilos de comunicação passivos, agressivos ou passivos-agressivos;
- Recusar a integrar a equipa;
- Não estar recetivo às opiniões dos outros.
O que fazer para aumentar os níveis de QE?
Conheça as suas emoções
As pessoas emocionalmente inteligentes sabem como gerir sentimentos e têm facilidade em os descrever de forma precisa.
Por isso, procure saber exatamente o que está a sentir e não se defenda dizendo apenas "que está mal”.
Construa barreiras
As pessoas com Inteligência Emocional têm fragilidades, como toda a gente.
No entanto, elas sabem reconhecê-las - o que lhes permite administrar comportamentos ajustados em situações de necessidade.
Neste sentido, procure conhecer os seus pontos fortes e fracos e tente aplicá-los da melhor forma.
Não procure a perfeição
A perfeição não é um objetivo das pessoas com Inteligência Emocional, elas estão cientes da sua intangibilidade.
Tente executar o seu trabalho da melhor forma possível, não se deixando prender em pormenores desnecessários.
Avalie bem as situações
Procure interpretar os sentimentos e intenções das outras pessoas e ser sensível com os seus problemas.
Esteja sempre disponível para aprender
Procure estar em constante aprendizagem, mantendo a categoria de estudante para toda a vida.
Com este crescimento contínuo, estará recetivo a novas ideias e estará sempre disponível a aprender com os que o rodeiam.