Factoring: o que é e como funciona?
Depois de nos últimos anos, termos enfrentado um período de encerramento forçado ou de uma grande limitação na atividade, os novos desafios obrigaram a um reajustamento para muitas empresas de forma a aliviar a sua tesouraria.
E uma das ferramentas que tem sido amplamente explorada nos últimos anos é o Factoring, uma solução que poderá trazer mais liquidez ao seu negócio.
O que é o Factoring?
Factoring é um mecanismo financeiro, colocado à disposição das empresas com dificuldades de gestão da sua tesouraria, que consiste na aquisição de créditos de curto prazo (faturas), resultantes do fornecimento de bens ou serviços, permitindo uma liquidez imediata. Este processo encontra-se enquadrado no Decreto Lei número 171/95 de 18 de julho que regula as Sociedades de Factoring e o Contrato de Factoring. O Factoring é uma operação financeira realizada por bancos ou sociedades de factoring que permite às empresas aumentar a sua liquidez através de um adiantamento do pagamento dos seus clientes, num funcionamento idêntico a um crédito.
Num contrato de factoring, podemos encontrar três intervenientes:
- Factor - entidade a quem é cedido o crédito;
- Aderente - a empresa que requer os serviços;
- Devedor - o Cliente do aderente
Conhecidos os intervenientes deste processo, podemos resumir o Factoring como uma atividade que consiste na cedência dos créditos comerciais de curto prazo por parte de uma empresa (Aderente), a uma instituição financeira (Factor) referente às vendas a crédito realizadas aos seus clientes (Devedores).
Quem é o Fator?
O Fator é uma entidade financeira que age como intermediária neste processo. Ou seja, o Fator aceita pagar ao Aderente o valor da fatura do Devedor onde subtrai um valor de comissão e taxas. Embora não receba o valor na totalidade, o Aderente consegue assim antecipar o recebimento do valor das faturas em dívida, permitindo alcançar mais rapidamente liquidez.
Modalidades de Factoring
Dentro do Factoring, existem duas modalidades que deveremos diferenciar:
- Factoring com recurso - Quando o Aderente tem o dever de pagar o valor adiantado ao Factor, caso o Devedor não pague o valor em dívida.
- Factoring sem recurso - Quando o Aderente fica excluído de qualquer responsabilidade sobre a dívida do Devedor, sendo o Factor que assume todo o risco da operação.
Quais as vantagens e desvantagens do Factoring?
Ao recorrer ao Factoring, destacam-se as seguintes vantagens para as empresas durante este processo:
- Diminuição do prazo médio de recebimento - permite uma melhor gestão da tesouraria, uma vez que as empresas conseguem antecipar os recebimentos,
- Redução do risco de não pagamento - dependendo da modalidade escolhida, é possível passar o risco e a responsabilidade de cobrança para um terceiro, diminuindo a exposição à dívida,
- Eliminação de créditos do balanço - se escolhido um Factoring sem recurso, é possível remover os créditos concedidos do balanço e gerar liquidez imediata.
Já em relação às desvantagens, podemos também destacar as seguintes:
- Pagamento de comissão ao Factor - embora permita obter um reembolso antecipado dos créditos, irá sempre necessitar de deduzir uma parcela para pagamento de comissão ao Factor sobre a intermediação,
- Risco de o Factor não aceitar Factoring - caso o crédito seja identificado como de risco elevado, o Factor pode não aceitar o Factoring, aceitar apenas um valor parcial ou exigir um valor de comissão mais elevado,
- Possibilidade do Factor cancelar o crédito - caso escolha a modalidade de Factoring com recurso, pode correr o risco de o devedor ficar em incumprimento e do seu crédito ser cancelado.
Se a nível mundial o Factoring já é uma opção para muitas empresas, em Portugal tem vindo a tornar-se também uma escolha popular. Esta é uma forma de aumentar a liquidez e reduzir o risco da exposição ao incumprimento de crédito, além de ser uma forma mais fácil de cobrar dívidas de terceiros, entregando esse processo a empresas especializadas na cobrança.