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cultura empresarial
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Cultura Empresarial: from Know-it-all to Learn-it-all

 
Satya Nadella, CEO da Microsoft, no seu livro "Hit Refresh” conta-nos como redescobriu a alma da Microsoft e como a capacidade de aprender e, sobretudo, reaprender foi crucial para mudar o mindset e a cultura empresarial deste gigante tecnológico.

O livro começa por relatar como a década de 2000 foi um pesadelo para a Microsoft que parecia perder os seus clientes e cair numa verdadeira crise existencial. O aparecimento da Google e da Apple teve um impacto negativo no crescimento do negócio de software que, até então, era lendário. Em 2014, Nadella tornou-se o novo CEO da Microsoft e anunciou que a sua nova estratégia seria passar de uma empresa know-it-all (que "sabe tudo”) para uma empresa learn-it-all (que "aprende tudo”).
 

Uma cultura empresarial vencedora

 
Uma empresa learn-it-all decide todos os dias que tem que aprender, explorar e experimentar para continuar a vencer.
Para Nadella, isto implica fazer três questões:

1. Quão bem-sucedidos somos na criação de novos produtos, serviços ou modelos de negócio?

2. Quão eficazes somos na adaptação a novas mudanças ou disrupções?

3. Será que a nossa cultura recompensa os riscos, a aprendizagem e o fracasso inteligente?

 
Em relação a esta última questão, Nadella afirma que quando as pessoas são incentivadas a cometer erros, normalmente têm curvas de aprendizagem mais rápidas e desenvolvem soluções mais criativas.
 
Mas, será que as organizações premeiam os erros? São capazes de verdadeiramente arriscar? Ou simplesmente navegam ao sabor da concorrência?

Na verdade, para construirmos uma cultura empresarial vencedora temos que passar de uma mentalidade que "sabe tudo" para uma que "aprende tudo". Um dos primeiros (e ousados) passos que Nadella tomou, foi mudar a missão da Microsoft do arcaico "a computer on every desk in every home" para um objetivo muito mais focado no cliente "empowering every person and organization on the planet to achieve more”.
 

 "Always keep learning. You stop doing useful things if you don’t learn. So the last part to me is the key, especially if you have had some initial success. It becomes even more critical that you have the learning ‘bit’ always switched on.”
 
 Satya Nadella (Microsoft's CEO)
 
 

Uma questão de mindset

 
A cultura empresarial apresentada por Nadella pode (e deve) ser adotada por cada um de nós. Aliás, no capítulo "A Cultural Renaissance”, fica claro que uma das melhores capacidades que alguém pode ter é o desejo intrínseco e pessoal de "aprender tudo” ao invés de "saber tudo”.
 
Na verdade, o que inspirou Satya Nadella a olhar para a Microsoft de uma forma diferente, foi o livro "Mindset”, de Carol Dweck, que inicialmente estava a ler sobre a educação de seus filhos. Dweck, professora de psicologia da Universidade de Stanford, afirma, no seu livro, que as pessoas com uma mentalidade fixa (os know-it-alls que acreditam que as capacidades são fixas) são menos propensos a florescer do que aqueles com uma mentalidade de crescimento (os learn-it-alls que acreditam que as capacidades podem ser desenvolvidas).
 

Becoming a Learn-it-all

 
Para nos transformarmos em learn-it-alls, é necessário estarmos acostumados a errar e cometer falhas ao longo do caminho. É necessário inventar hipóteses e desafiá-las, colocando-as em prática. Desaprender o que já não interessa para reaprender o que, neste momento, faz verdadeiramente falta. 
Os learn-it-alls sabem que não há respostas a preto e branco para todas as perguntas da vida. Existem, sim, muitas formas de olhar para um problema, uma decisão ou uma situação. E não é porque a outra pessoa não vê a nossa perspetiva, que estão errados e nós estamos certos. Apenas significa que vemos o problema de perspetivas diferentes.
O mais importante é ter a mente aberta para outras formas de pensar, ideias, conceitos e pontos de vista. Talvez esta seja a maior diferença entre saber tudo e aprender tudo.

 
Aprender é Poder

 
Na Era Digital, cada vez mais a expressão "Saber é Poder” deixa de fazer sentido. O que hoje se julga ser verdadeiro, amanhã poderá ser completamente ultrapassado e até deixar de existir. As nossas competências atuais não vão servir para "pagar as contas” durante décadas, como aconteceu com as gerações anteriores. Para prosperar neste novo mundo, será necessário estarmos continuamente a aprender, desaprender e a reaprender, pois o "Saber” passa a ser temporário e apenas "Aprender é Poder”.
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