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Como garantir a privacidade dos seus dados?

 
A privacidade, enquanto conceito, tem evoluído muito ao longo dos anos. O seu significado pode variar, consoante fatores como a cultura, a religião, o grupo social ou a geração em que está inserido o intérprete. A realidade é que, se perguntarmos a diferentes pessoas o que consideram ser a "privacidade”, dificilmente obteremos a mesma resposta. Contudo, de acordo com o dicionário da língua portuguesa, "privacidade” diz respeito ao "direito à reserva de informação pessoal, à vida íntima” sendo, por isso, "um estado ou condição livre de atenção pública”.

A tecnologia ao serviço da segurança 

 
As nossas vidas e os nossos dados nunca estiveram tão expostos. Há 30 anos atrás, para saber informações de uma pessoa quase que era preciso contratar um detetive privado.
Hoje em dia, pelo contrário, tranquilamente e anonimamente sentado atrás de um computador ligado á Internet, qualquer um consegue achar informações sobre um velho amigo, recolher dados sobre um potencial candidato a uma vaga de emprego, saber a estratégia de um concorrente, etc. Basta o simples e rápido acesso às redes sociais. Com uns cliques e em apenas alguns minutos, é possível recolher um impressionante número de informações detalhadas sobre praticamente qualquer pessoa.
A nossa vida está mais "datificada" do que nunca. A pegada digital que deixamos tem o potencial de fornecer, com um extraordinário nível de detalhe, dados relevantes sobre variados aspetos da nossa vida, por exemplo: onde e com quem estivemos ou estamos, onde moramos, quem são os nossos familiares, qual o nosso endereço de email ou número de telefone, os nossos hábitos e rotinas, dados académicos e profissionais, fotos e vídeos, entre muitas outras informações.


RGPD - Regulamento Geral de Proteção de Dados

 
Assim, em resposta aos avanços tecnológicos, foi necessário criar ferramentas, frameworks, leis e regulamentos para garantir a proteção dos dados pessoais e a privacidade das pessoas.

O RGPD - Regulamento Geral de Proteção de Dados, introduzido na UE em maio de 2018, foi um dos passos mais importantes no sentido de garantir a proteção dos nossos dados, fornecendo respostas a questões como: quem acede aos nossos dados? Com que motivações? Com quem são partilhados? Que mecanismos de proteção existem?

Este Regulamento veio impor um conjunto específico de regras às empresas sediadas em território Europeu, tendo em vista a proteção dos dados pessoais dos cidadãos. Tratou-se de uma medida essencial para a construção de uma relação de confiança com os consumidores, contudo, a responsabilidade de garantir as melhores práticas na defesa da proteção e privacidade cabe-nos a nós, aos utilizadores. Assim, entre essas práticas, destacam-se quatro:


1- Consciência para a segurança (Privacy and security awareness)

 • Eleve os seus níveis de consciência sobre questões de privacidade;
• Questione-se sobre os dados que entrega às diversas entidades;
• Saiba de que forma os seus dados são mantidos seguros;
• Partilhe apenas o que for absolutamente necessário.
• Conheça os seus amigos das redes sociais e não confie em "amigos" que desconhece.
 

2- Proteja-se

• Habitue-se a usar credenciais/passwords fortes e sem conter informações pessoais;
• Utilize métodos de autenticação multifator;
• Tenha um gestor de passwords;
• Ative e personalize notificações e configurações de privacidade e segurança nas diversas aplicações que utiliza;
• Nunca partilhe credenciais em diferentes websites ou serviços e muito menos com outras pessoas;
• Bloqueie SEMPRE o computador, telemóvel ou dispositivo quando este não estiver em uso;
• Evite aceder e introduzir credenciais em redes de wifi públicas como hotéis.
 

3- Mantenha todo o software atualizado

• Garanta que tem sempre o software do computador e de todos os seus dispositivos atualizado;
• Utilize sempre um antivírus;
• Remova-se de serviços online que já não utiliza;
• Desinstale aplicações e serviços no computador ou telemóvel que não necessita, por exemplo o Bluetooth.

4- Desconfie sempre 

• De emails que solicitam credenciais;
• Cuidado com links/URL que obrigam a instalar software;
• Desconfie se tem barras de tarefas desconhecidas no seu browser ou pop-ups aleatórios e frequentes;
• Investigue a degradação de performance no disco, CPU, lentidão da Internet ou aplicações instaladas que não reconhece;
• Esteja atento a transações bancárias, principalmente de baixo valor;
• Cuidado com as compras em websites que não lhe são familiares; 
 
Poderia dar-lhe mais de 100 medidas para proteger os seus dados e nunca lhe daria uma garantia de segurança a 100%. O objetivo das medidas aqui referidas é reduzir o risco e, acima de tudo, dificultar o trabalho dos "atacantes”, de forma a tornar os seus dados menos apetecíveis e fazer com que desistam.
 
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